segunda-feira, 29 de abril de 2013

O Anarquismo e os Direitos Trabalhistas. (por Susane Sales)


O Anarquismo e os Direitos Trabalhistas.

As primeiras mobilizações operárias no país foram feitas por um grupo chamado: “anarquistas”. Este grupo prezava por uma educação de qualidade e pela liberdade da classe operária. Os primeiros sindicatos e federações foram organizados pelos anarquistas, estas federações e sindicatos foram criados para ajudar a classe operária a ter mais direitos.
O grupo criou escolas laicas para que a classe operária que era mais desafortunada tivesse acesso a uma educação de qualidade.
O grupo começou a chamar a atenção do estado e da igreja, que logo tomaram atitudes para inibir suas ações. Criaram uma lista com os professores das escolas anarquistas para que eles não conseguissem emprego em outras instituições, e expulsaram do país militares estrangeiros que estavam ao lado dos anarquistas.
O estado e a igreja fecharam as escolas e segundo Moraes (2009) “acusaram os professores de difundir a revolução social”.
Todos estes protestos feitos pelos anarquistas renderam alguns frutos. Em 1903 é criada uma lei que concedia aos trabalhadores rurais e agrícolas o direito de se organizar em sindicatos, mais tarde foi criada uma nova lei que estendeu este direito aos trabalhadores urbanos. Para “abafar” os protestos o congresso nacional aprova a lei Adolfo Gordo, que visa legalizar a expulsão de estrangeiros envolvidos em protestos, assim como aconteceu com os militares que participaram do movimento anarquista. Pela maioria da classe operária ser de imigrantes o movimento ficou fragilizado perante o congresso.
Porém as reinvindicações não pararam por aí, mais leis foram promulgadas graças aos protestos da classe operária e seus sindicatos. Leis como a de proteção a acidentados no trabalho. As maiores reinvindicações da classe eram o aumento dos salários e a diminuição da carga horária de trabalho, o fim da exploração de mulheres e crianças e o fim dos castigos físicos que eram bem presentes em algumas indústrias. Segundo Gilberto Maringoni  (2013) “no fundo, apesar a abolição, as relações entre patrões e trabalhadores eram de servidão”, e realmente eram, muitos operários trabalhavam horas a fio em condições desumanas, e ainda algumas vezes sofrendo castigos físicos que segundo as indústrias eram apenas medidas disciplinares.
Em 26 de novembro de 1930 o então presidente Getúlio Vargas cria o ministério do trabalho indústria e comércio. Em 1933 Vargas aprova a lei que dá direito aos trabalhadores de comércio e bancos férias anuais, mais tarde estendida a outras categorias. Também se proibiu o trabalho para menores de 12 anos.
Com a ajuda dos anarquistas e das reinvindicações das classes operárias o país passou a ter leis para melhorar as condições de trabalho.  

MORAES, José Damiro. Anarquismo no currículo.  Revista de História. Edição nº 47.5 de agosto de 2009.

MARINGONI, Gilberto. A longa jornada dos direitos trabalhistas. edição nº 76.  25 de fevereiro de 2013.